quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Amor e Enganos (Bridgerton #3) de Julia Quinn


Editora: ASA
ISBN: 9789892323060
Ano de Lançamento Portugal: Abril 2013
Tradução: Helena Ruão
Páginas: 380
Classificação: ★ (4/5)

Agosto 2014

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Sinopse:

" Sophie Beckett tinha um plano ousado: fugir de casa para ir ao famoso baile de máscaras de Lady Bridgerton. Apesar de ser filha de um conde, ela viu todos os privilégios a que estava habituada serem-lhe negados pela madrasta, que a relegou para o papel de criada. Mas na noite da festa, a sorte está do seu lado. Sophie não só consegue infiltrar-se no baile como conhece o seu príncipe encantado.
Depois de tanto infortúnio, ao rodopiar nos braços fortes do encantador Benedict Bridgerton, ela sente-se de novo como uma rainha. Infelizmente, todos os encantamentos têm um fim, e o seu tem hora marcada: a meia-noite.

Desde essa noite mágica, também Benedict se rendeu à paixão. O jovem ficou até imune aos encantos das outras mulheres, excepção feita feita...talvez... aos de uma criada, que ele galantemente salva de uma situação desagradável.
Benedict tinha jurado tudo fazer para encontrar e casar com misteriosa donzela do baile, mas esta criada arrebatadora fá-lo vacilar. Ele está perante a decisão mais importante da sua vida. Tem de escolher entre a realidade e o sonho, entre o que os seus olhos veem e o que o seu coração sente. Ou talvez não..."

Opinião:

Já não deve ser novidade para ninguém que adoro a família Bridgerton!



Não sei se já referi aqui no blog, mas esta série é um dos casos em fiquei genuinamente grata à ASA por não ter adoptado as capas originais nesta série. Apesar de haver umas edições engraçaditas com desenhos, existem outras com as típicas imagens que associo sempre a romances rascas e que, para mim, são horríveis (sim, estou a falar daquelas capas com homens hipermusculados com cabelos compridos e as famosas camisas brancas desabotoadas com ar de garanhões broncos! Argh...). Esse tipo de capas são o suficiente para nem olhar duas vezes para o livro. São uma espécie de repelente para a minha pessoa. 
Apesar de simples, as capas das edições portugueses são bonitas (principalmente as dos dois últimos livros, a ASA anda realmente a progredir).

Mas falemos do conteúdo literário. Tal como aconteceu nos volumes anteriores, este também começa com um prólogo, onde ficamos a conhecer a história de Sophie.
Sophie é a filha bastarda de um Conde, que após a morte da sua mãe decide ficar com a criança sem nunca admitir que Sophie é sua filha. Diz a todos que a menina é filha duns amigos e que a tomou como sua protegida, recebendo um tecto, comida e educação. 
Sophie cresce sem que alguém lhe diga que é realmente filha do conde, mas as semelhanças entre ambos são inegáveis e a pequena acaba por perceber tudo e tenta, sempre que possível, agradar ao pai.
As coisas correm bem até ao dia em que o pai decide casar com Araminta. Viúva e já com duas filhas, Araminta odeia Sophie assim que a vê e aquando da morte do Conde, transforma-a na sua criada pessoal.
Aqui foi onde encontrei um dos poucos pontos negativos desta história. A vilã, Araminta está pouco desenvolvida e gostaria de conhecer mais da sua personalidade para tentar perceber o porquê desta mulher odiar tanto Sophie (além do facto de Sophie ser a bastarda do marido).
Como já devem ter percebido, um conto de fadas é usado como back-story desta narrativa. Conseguem adivinhar qual é? Isso mesmo, a Cinderella. Mas neste caso, Sophie não é a menina submissa, optimista e sonhadora a que estamos habituados nas fábulas.


Nada disso. A nossa Sophie tem uma personalidade bastante forte e vincada, o que me agradou bastante na personagem. Consciente do seu papel na sociedade, é uma rapariga realista e pouco ambiciosa, que sabe que, sem dote e com rótulo de bastarda do conde, dificilmente conseguirá, de acordo com os costumes da época, fazer um bom casamento e deixar a vida de criada.
Claro que esta não seria uma história baseada no conto da Cinderella, se não estivesse presente o famoso baile em que a pequena criada conhece o príncipe encantado.
Quando recebem os convites para o baile de máscaras dos Bridgertons, claro que Sophie não tem qualquer esperança de ir à festa. Mas após a saída da madrasta e das irmãs, as restantes criadas, surpreendem-na com um vestido prateado lindíssimo e, fazendo o papel de fadas madrinhas, preparam Sophie para a noite da sua vida.


Benedict Bridgerton (gosto de lhe chamar Beny), está farto da sociedade londrina em geral e das artimanhas das mães que querem a todo o custo arranjar um marido decente para as suas filhas. O pior, é que a sua mãe não é diferente e está constantemente a fazer de casamenteira para todos os irmãos Bridgerton solteiros e em idade casadoira (incluindo ele próprio).

Benedict é suposto ser o Bridgerton mais sério e todos o vêm apenas como "o segundo Bridgerton" e não como é realmente. Isto causa-lhe uma certa revolta e irritação.
O seu aborrecimento é bem visível até que o seu olhar se cruza com o misteriosa dama vestida de prateado, com um sorriso tão genuíno que o cativa completamente. 

" Diante dele estava a mulher mais deslumbrante que já havia visto. Não conseguia perceber se era bonita. O cabelo era de um loiro escuro bastante vulgar e, com a máscara firmemente apertada em torno da cabeça, não podia sequer ver metade do seu rosto.
Mas algo nela o prendeu, fascinado. Era o sorriso, o contorno dos olhos, a forma como olhava para todo o salão, como se aquela visão de um grupo de idiotas da alta sociedade vestido em trajes ridículos fosse a mais gloriosa do mundo.
A sua beleza vinha de dentro.
Ela brilhava. Resplandecia."

Sophie sabe que aquele não é o seu mundo mas está disposta a viver o sonho da princesa e do príncipe encantado apenas por uma noite. Quer um momento para recordar para o resto da vida. 

"As pessoas também pareciam saber quem ele era. Sophie percebeu que, ao andar, elas lhe davam passagem. E quando mentira tão descaradamente, reivindicando o direito a uma dança com ela, os outros homens haviam acatado, afastando-se.
Ele era bonito e forte, e, por aquela noite, seria dela."


A química entre ambos é grande, mas Sophie consegue, a muito custo, ser fiel a si própria e acaba por não revelar a sua identidade a Benedict. Pensa sempre que este não aceitaria uma bastarda/criada e que a magia daquela noite morreria.

" - Está muito calada - disse Benedict baixinho.
- Estava apenas a pensar.
- Sobre?
- Sobre aquilo de que sentiria falta ou não se a minha vida mudasse drasticamente.
Os olhos dele adquiriram um brilho intenso. - E espera que mude drasticamente?
Ela disse que não com a cabeça e tentou afastar a tristeza da voz ao responder: - Não.
A voz saiu tão calma que era quase um sussurro. - E quer que ela mude?
- Sim - respondeu ela num suspiro, antes de ser capaz de conter-se. - Ah, sim.
Ele levou as mãos dela aos lábios, beijando uma de cada vez com toda a suavidade. - Então vamos começar agora mesmo - prometeu. - Amanhã será uma pessoa transformada.
- Esta noite estou transformada - ela sussurrou. - Amanhã desaparecerei.
(...) - Então temos de condensar uma vida inteira numa só noite." 

Ao soar da meia-noite, Sophie desaparece no meio da multidão, deixando para trás Benedict e uma luva com o brasão da família do pai (a luva era da avó de Sophie). Ele tenta alcançar a rapariga mas em vão. 
Sophie tem que chegar a casa antes da madrasta e das irmãs. No entanto, no dia seguinte, a madrasta descobre que Sophie esteve no baile e expulsa-a de casa e de Londres.



Passam dois anos e Benedict continua à procura da sua dama misteriosa mas sem sucesso. 
Durante uma festa na mansão dos Cavander, Benedict acaba por salvar uma criada que estava prestes a ser violada pelo filho dos Cavander, Phillip, e leva-a consigo para uma das casas da família.
E quem é esta criada? Sophie, é claro. No entanto, Benedict não a reconhece (raio do homem!) e Sophie apesar dos sentimentos que nutre pelo jovem, também não lhe revela que era ela a donzela do baile. Ou seja, acabamos por ter uma espécie de "triângulo amoroso" virtual.

É então aqui, que começa realmente a história e o romance que no início foi instantâneo, volta a acontecer anos depois através de conversas, respeito e o facto dos dois, lentamente se tornarem pessoas melhores devido à influência que exercem um no outro.
Não gostar deste casalinho é algo impossível (sim, por vezes chegam a ser irritantes em certos pontos, mas regra geral adorei a relação entre ambos).


" (...) - De que se ri? - perguntou Benedict.
Ela nem se preocupou em olhar para cima ao responder: - Estou a planear a sua morte.
Ele sorriu. (...) - Pelo menos parece divertido. - comentou ele.
- O quê? - perguntou ela (...).
- A minha morte. - disse ele, o sorriso enigmático e divertido. - Se vai matar-me, pelo menos pode divertir-se enquanto o faz, porque Deus sabe que para mim não será divertido.
O queixo dela caiu. - É louco - disse ela.
- Provavelmente. (...)"

A família é algo importante para Benedict e Sophie acaba por invejar a união familiar dos Bridgerton, que representam tudo aquilo com que a rapariga sempre sonhou.

Cada vez gosto mais desta família e ao longo dos livros conseguimos sentir a tão famosa ligação entre todos os Bridgerton e neste livro em particular, até Violet tem oportunidade de brilhar.
Quero ler mais livrinhos destes meninos (acho que o próximo é o do Collin e mal posso esperar eheh). 

Laura ;)

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