quarta-feira, 1 de julho de 2015

[Opinião] A Seleção (A Seleção #1) de Kiera Cass

Editora: Marcador
ISBN: 9789897541230
Ano de Lançamento Portugal: Outubro 2014
Tradução: Alexandra Cardoso
Páginas:288
Classificação: ★★★ (4/5)




WOOK - www.wook.pt

Maio de 2015

Sinopse:
Para trinta e cinco raparigas, a Seleção é a oportunidade de uma vida. 
É a possibilidade de escaparem a um destino que lhes está traçado desde o nascimento, de se perderem num mundo de vestidos cintilantes e jóias de valor inestimável e de viverem num palácio e competirem pelo coração do belo Príncipe Maxon. 
 No entanto, para America Singer, ser seleccionada é um pesadelo. Terá de virar as costas ao seu amor secreto por Aspen, que pertence a uma casta abaixo da sua, deixar a sua família para entrar numa competição feroz por uma coroa que não deseja, e viver num palácio constantemente ameaçado pelos ataques violentos dos rebeldes.
Mas é então que America conhece o Príncipe Maxon. Pouco a pouco começa a questionar todos os planos que definiu para si mesma e percebe que a vida com que sempre sonhou pode não ter comparação com um futuro que nunca imaginou.

Opinião:

Este é, sem sombra de dúvidas, um dos livros mais falados dos últimos tempos no mundo dos blogs literários e booktube. A edição inglesa esteve, mais que uma vez, a pairar sobre o meu carrinho de compras, mas, quando descobri que a Marcador tinha adquirido os direitos da série para Portugal, resolvi esperar mais um pouco e espreitar a edição portuguesa. Com uma capa tão bonita e uma sinopse cheia de promessas, tinha mesmo que o ler!

Ao longo dos tempos ouvi várias opiniões contraditórias sobre este livro. Os leitores estão bastante divididos e as reações chegam a ser bastante opostas (vão do 8 ao 80!).
Houve também um certo escândalo nas redes sociais quando surgiu a noticia de que a autora estaria a tentar interferir com a classificação dos livros no Goodreads. Aparentemente não aprovava as más criticas e o seu agente chegou mesmo a insultar alguns leitores. Não sei se é verdade ou não, mas muita gente recusou-se a ler o livro só com base nestes rumores.



Boatos à parte, este é um conto de fadas que tenta ser distópico mas que me pareceu mais como uma mistura entre aquele programa americano, The Bachelor e a Cinderela.

Vou começar por falar um pouco deste mundo de A Seleção. Num futuro não muito distante, os Estados Unidos da América meteram "a pata na poça" e acabaram endividados até ao pescoço e submetidos a outras nações como a China. Após uns anos sob o poder de outros, houve uma revolta que, resultou na formação de um novo país, Illea.
Ora, esta nova nação tem umas politicas muito próprias e, a primeira característica que nos chama logo à atenção, é o Sistema de Castas, organizado por números. Só para terem uma ideia, aqui fica um resumo:

Casta 1 - Realeza (Membros da realeza e algum Clero)
Casta 2 - Celebridades (Atletas, actores, modelos, políticos, guardas, militares, etc);
Casta 3 - Eruditos (Inventores, professores, cientistas, médicos, filósofos, advogados, engenheiros, etc)
Casta 4 - Proprietários Rurais (Joalheiros, agricultores, etc)
Casta 5 - Artistas (actores de palco, músicos clássicos, pintores, bailarinos, fotógrafos, escultores, etc)
Casta 6 - Trabalhadores (secretárias, empregadas domésticas, governantas, cozinheiros, motoristas, etc.)
Casta 7 - Trabalhadores Braçais (jardineiros, pedreiros, trabalhadores agricolas, etc)
Casta 8 - Intocáveis (pessoas com problemas mentais/físicos, fugitivos, viciados, traidores, etc)

America Singer, a nossa protagonista, é uma cinco. Pertencendo à casta dos artistas e tendo como apelido "Singer" não é muito difícil de perceber qual é o talento desta rapariga. Cantora, claro! 
A sua familia vive no limite, onde apesar de não lhes faltar comida na mesa, muitas vezes são forçados a fazer alguns sacrifícios.
Quando recebe a carta com o formulário para participar na Selecção, uma espécie de concurso que visa escolher a futura esposa do Principe Maxon, America não fica nada satisfeita. Apesar de ser uma oportunidade de ouro para si e para a sua família, America não quer, de todo, participar na eleição, por estar apaixonada por Aspen, que pertence a uma casta abaixo da sua. Um romance bastante arriscados mas que ambos estão dispostos a manter.
Apesar da sua resistência, certos eventos levam a que America acabe por enviar a sua candidatura e (surpresa, surpresa) conquista um lugar nas 35 finalistas.
Com o coração partido, America segue para o palácio onde começa uma das maiores aventuras da sua vida.



Este livro deixou-me com um misto de sentimentos. Gostei de algumas partes mas, achei que a parte politica da história poderia estar mais desenvolvida (fiquei um bocado perdida com a parte dos rebeldes, espero que no próximo livro revelem um pouco mais). 
As personagens não são propriamente memoráveis. O Aspen irrita-me (oh olhem para mim sou tão giro e orgulhoso e lá lá lá... -.-), a America não sabe o que quer e o Maxon foi o único que se safou. Assim que apareceu obliterou completamente o Aspen. 
Apesar das indecisões, gostei da America mas falta-lhe algo. Gostei da sua humildade, determinação e independência mas, não tem o espirito de heroína distropica.
Nota-se, ainda, que houve um grande esforço, por parte da autora para forçar o triângulo amoroso, o que me chateou um bocadito.
Quanto às restantes candidatas da Seleção, temos de tudo um pouco, desde raparigas super fofinhas, a grandes "cabras", como é o caso da Celeste que está disposta a tudo para ser coroada rainha.

O final deixou muito a desejar. Estava à espera de algo surpreendente, que me elevasse as expectativas para o próximo livro mas foi bastante simples. 
Sinceramente, há aqui tanto potencial que não foi aproveitado que até dá pena.

No entanto, a história é tão viciante, leve e divertida, que damos por nós a devorar página atrás de página (daí as minhas 4 estrelas). 
Este é um daqueles livros que recomendo a todos os que procuram uma leitura leve ou que estejam a meio de uma ressaca literária daquelas monumentais (comigo resultou xD).



Laura ;)

Sem comentários:

Enviar um comentário