[Opinião] "A Todos os Rapazes que Amei" de Jenny Han

Editora: Topseller

ISBN: 9789898800008

Ano de Lançamento: 2014

Ano de Lançamento Portugal: Novembro 2014

Tradução: Rui Azeredo

Páginas:269

Classificação: ★★★ (3/5)

Agosto 2015

Sinopse:

Guardo as minhas cartas numa caixa de chapéu verde-azulada que a minha mãe me trouxe de uma loja de antiguidades da Baixa. Não são cartas de amor que alguém me enviou. Não tenho dessas. São cartas que eu escrevi. Há uma por cada rapaz que amei — cinco, ao todo.
Quando escrevo, não escondo nada. Escrevo como se ele nunca a fosse ler. Porque na verdade não vai. Exponho nessa carta todos os meus pensamentos secretos, todas as observações cautelosas, tudo o que guardei dentro de mim. Quando acabo de a escrever, fecho-a, endereço-a e depois guardo-a na minha caixa de chapéu verde-azulada.
Não são cartas de amor no sentido estrito da palavra. As minhas cartas são para quando já não quero estar apaixonada. São para despedidas. Porque, depois de escrever a minha carta, já não sou consumida por esse amor devorador. Se o amor é como uma possessão, talvez as minhas cartas sejam o meu exorcismo. As minhas cartas libertam-me. Ou pelo menos era para isso que deveriam servir.

Opinião: 

Há muito tempo que oiço falar dos livros da Jenny Han, nomeadamente da trilogia Summer, da qual faz parte The Summer I Turned Pretty. No entanto, como este foi o primeiro livro da autora publicado em Portugal, acabou por ser a minha estreia no mundo de Jenny Han.
Tenho que confessar que as minhas primeiras impressões sobre este livro não foram as melhores. Tive alguma dificuldade em entrar na história e passadas poucas páginas cheguei à conclusão de que não era bem o que estava à espera. Resumindo:

No entanto, acabei por gostar do livro. Revelou-se uma boa leitura de Verão, daquelas que não requer muito esforço intelectual da minha parte xD (sim, o meu cérebro foi de férias durante uns dias, também tem direito!)
A narrativa decorre num passo bastante satisfatório, nem muito rápida, nem cheia de pormenores dispensáveis. Até gostei da escrita da autora e dei por mim a sorrir em algumas passagens. 

Um dos pontos positivos é o facto da história não se limitar apenas à "parte romântica" e abordar outros tópicos como a relação familiar entre um pai viúvo e 3 filhas. Acaba por fugir um pouco ao cliché das "adolescentes rebeldes e incompreendidas" e mostra-nos um outro lado, onde a união familiar e a entre-ajuda podem ser marcantes. Esta relação dá um certo realismo à história e interessante ver como uma família se consegue manter unida apesar das adversidades. 

A história começa quando Margot, a mais velha das três irmãs, se muda para a Escócia para ingressar na faculdade. Margot era uma espécie de figura maternal pois, após a morte da mãe, arregaçou as mangas e assumiu a responsabilidade de cuidar das irmãs mais novas e do pai. Todos estavam de alguma forma dependentes de Margot e a sua saída deixa tudo de pernas para o ar. Como se isso não bastasse, Margot termina a sua relação de alguns anos com Josh, o vizinho do lado, que já era considerado como parte da família.Ou seja, a vida desta família fica completamente de pernas para o ar. 

Mas os problemas não ficam por aqui! Lara Jean, gosta de escrever cartas de amor, mas estas não são cartas normais. São cartas para quando a rapariga quer colocar um ponto final nos seus sentimentos em relação a um rapaz. São, basicamente, cartas de despedida, endereçadas e guardadas em segredo dentro de uma caixa de chapéus que a mãe lhe ofereceu. Ora, quando essas cartas chegam misteriosamente aos seus "destinatários", vai gerar-se uma grande confusão. 
A primeira reacção de Lara Jean é:

Mas depois, acaba por perceber que a melhor forma de resolver a situação é parar de fugir e lidar com os seus próprios sentimentos. 
Os 5 rapazes que recebem as cartas têm reacções distintas, mas apenas dois têm um papel de destaque: Josh e Peter. Josh é o ex-namorado de Margot e um grande amigo de Lara Jean, já o Peter, é um antigo amigo de infância que se tornou extremamente popular com as raparigas (é o chamado arrasa corações lá do sítio).

Como podem ver, são ingredientes mais que suficientes para resultar numa grande "caldeirada".
Este é, sem sombra de dúvida", o típico romance YA contemporâneo. É bastante previsível e não houve um único momento que me tenha apanhado de surpresa. Também não foi particularmente difícil descobrir quem tinha "raptado" e enviado as cartas aos seus destinatários (esta personagem nunca me enganou!xD)

As personagens são bastante reais. Adorei a pequena Kitty, acho que foi uma das minhas personagens favoritas desde o inicio e é quase sempre ela a responsável pelos melhores momentos da história. Já a Lara Jean, a nossa personagem principal...tenho que ser sincera, não gostei dela a princípio. Achei-a um pouco irritante mas, nada que não conseguisse ultrapassar. Tem os seus defeitos, comete os seus erros e é uma "romântica incurável" (em demasia para o meu gosto), mas acabam por ser estes detalhes que a tornam única. O Josh não me entusiasmou e o Peter, apesar de ser um idiota convencido, na maior parte do tempo, acabou por se tornar numa personagem que me cativou. É tão parvo que chega a ser engraçado e, à medida que vamos progredindo na história, conseguimos ver que maior parte da atitude é apenas fachada.

A relação da Lara Jean com o Peter é super engraçada e fofinha (apesar de estranha). Adorei os momentos em que se "picavam" mutuamente.

Apesar de altamente previsível, o final deixou-me a revirar os olhos ao mesmo tempo que me aguçou a curiosidade para o livro seguinte (que definitivamente vou querer ler).

Por isso, se procuram uma leitura leve, fofa e com uma pitada de humor, não deixem de espreitar esta história. 

Laura ;)