Ano Novo, Vida Nova...

Era uma vez uma rapariga que, após anos de trabalho e muitos sacrifícios, conseguiu, com sucesso terminar os seus estudos. Com uma licenciatura e um mestrado na mão, a rapariga sonhava com o seu primeiro emprego, de preferência numa das áreas que tinha dedicado tanto do seu tempo a aprofundar. O problema é que esta rapariga vivia num pequeno país que atravessava o que muitos chamavam de "crise económica". Os messes foram passando e a rapariga continuava a mandar currículos para todo o lado e, 99,9% das vezes, nem uma única resposta conseguia obter. Quando finalmente era chamada para uma entrevista (até mesmo para coisas completamente fora da sua área de estudos), era discriminada por ter habilitações a mais ou falta de experiência. "Gostamos de ti mas, de momento queremos alguém com mais experiência".

Foi então que esta jovem, como tantos outros antes dela, começou a pensar em sair daquele pequeno país. Todos apoiaram a ideia e ela lá se inscreveu numa empresa de recrutamento inglesa que, após uns meses, conseguiu o que até então parecia impossível: um emprego na área para a qual tinha dedicado anos da sua vida. 

E foi assim que esta rapariga, de um momento para o outro, se viu completamente sozinha, de mala nas mãos, num país onde nunca antes tinha estado. Essa rapariga, claro está, sou eu.

Desde do dia 28 de Dezembro de 2015 que embarquei na maior aventura da minha vida, pelo menos até à data. A vida nem sempre é justa e, muitas vezes, para seguires os teus sonhos, tens que fazer sacrifícios. 

Quando recebi a notícia de que tinha conseguido o emprego, fiquei completamente eufórica. Na atura, nem percebi bem o que aquilo implicava. Simplesmente não queria saber, as coisas finalmente estavam a entrar no bom caminho, era uma oportunidade que nunca sonharia ter em Portugal. Foi surreal! Só me apetecia saltar de alegria.
Ao fim de tanto tempo a empurrarem-me para a beira do precipício, cheguei a um ponto em que já não acreditava em nada e, de um momento para o outro, a minha esperança de que poderia fazer aquilo que realmente queria foi restaurada.
No entanto, a felicidade depressa deu lugar à tristeza. Aquele momento em que fazemos uma espécie de "click" e começamos a perceber que aquilo está mesmo a acontecer e que iria ter que deixar a minha família, o meu Bart, os meus amigos e o meu país para rumar ao desconhecido, foi algo arrasador. Tanto que, a certa altura comecei mesmo a "panicar".

A partir desse momento, senti que o tempo passou demasiado rápido e, quando dei por mim estava de mala às costas preparada para entrar num avião pela primeira vez (sim, nunca antes tinha andado de avião. Foi mais uma estreia). 
Eram 6h da manhã e chovia a potes. Parecia que o céu derramava as lágrimas que eu teimava em conter. A viagem foi surpreendentemente agradável e consegui dormitar por uns momentos depois de uma "quase directa". Estava cansada e um misto de entusiasmo e melancolia abateu-se sobre mim. No entanto,  a maior surpresa estava prestes a chegar. Todos temos esta ideia de que o tempo em Inglaterra é super chuvoso/nublado, o sol quase não brilha (pelo menos não tanto como em Portugal) e, naquela manhã, quando espreitei pela pequena janela do avião, o Sol iluminava a terra que é agora a minha casa. Pela primeira vez na minha vida, vi as terras de Sua Majestade com os meus próprios olhos.

Primeira paragem... Londres! 

O meu primeiro contacto com o Reino Unido não podia ter começado de melhor forma. Londres. Uma das cidades que estava no meu top de locais a visitar desde sempre. Fiquei por lá cerca de dois dias antes de voltar a partir para o meu destino final.
O que dizer sobre Londres? Soube-me a pouco. Quando dizem que a capital britânica é maravilhosa não estão a exagerar. Há uma diversidade cultural imensa e a cidade em si é espantosa. 
Com muita pena minha, não consegui ver muito além do "Old Benny" e da Abadia de Westminster, mas o pouco que descobri de Londres deixou-me rendida e espero voltar lá brevemente.

Depois da bela Londres, segui viagem para a minha cidade actual. Totalmente diferente do que estava à espera. Foi aqui que apanhei a minha primeira chuvada à boa moda britânica, logo no primeiro dia. Chovia a potes e senti-me completamente perdida.
A cidade não era bem o que estava à espera mas depressa me habituei. Tinha ainda alguns dias de "férias" antes de me apresentar ao trabalho e aproveitei para descansar e começar a explorar o local. A minha cidade não tem muito de histórico em termos de monumentos. Esta é uma cidade enorme e, durante anos esteve muito ligada à industria logo, não é de estranhar que tenha um design ligeiramente diferente de outras cidades. 
Existem muitos espaços verdes e canais por todo o lado. A cultura e a arte estão bem presentes com construções absolutamente épicas e futuristas que vivem em perfeita harmonia com as marcas do passado.

É um daqueles casos em que a expressão "primeiro estranha-se, depois entranha-se", assenta que nem uma luva. 

E pronto, por agora fico-me por aqui. Já andava para publicar este post há algum tempo mas fui sempre adiando e adiando. Agora, finalmente, decidi publicá-lo.

Mais uma vez peço desculpa por andar tão ausente mas a verdade é que a minha vida deu mesmo uma volta de 180º e só agora é que começa a estabilizar.

Deixem o vosso feedback nos comentários abaixo e digam-me se querem que publique mais coisas sobre as minhas aventuras em Inglaterra (que já são algumas e que incluem algumas barracas xD). Também podem colocar as vossas questões sobre a matéria. 

E pronto, por hoje é tudo. Não percam os próximos capítulos.

Beijinhos

Laura ;)